quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Conhecendo mais os Transtornos Mentais na Infância

Matéria editada na Coluna Semanal "Toque Diário" do Jornal Diário Regional, de Santa Cruz do Sul (03/01/2012) - http://www.diarioregionalrs.com.br/

Um dos transtornos mais diagnosticados na infância é o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Caracterizado por dois quadros comportamentais que se complementam: um primeiro quadro voltado a atitudes de desatenção, em que a criança não consegue fixar sua atenção por tempo considerável, se distraindo facilmente. Neste tipo de transtorno, a deficiência da atenção está relacionada a uma dispersão da capacidade de concentrar-se, ou seja, presta atenção a muitos estímulos, não se fixando em algum. Geralmente, é isso que ocorre. Não fixam sua atenção pela própria hiperatividade que lhes acompanha.
Por sua vez, existem crianças que demonstram uma deficiência na atenção, apresentando extrema lentidão no pensamento e, conseqüentemente, na percepção de estímulos e devida concentração. Este quadro possui comorbidade com um quadro depressivo, isto é, corre paralelo à depressão, fazendo com que a criança apresente-se mais lenta, mais apática, com reações perceptivas reduzidas.
Num outro extremo, a criança que apresenta uma hiperatividade está mais propensa a apresentar quadros de impulsividade associados. Tal atitude diminui, obviamente, a capacidade de concentração, pelo fato de não conseguir ficar parada, inativa. Demais transtornos, como de conduta e desafiador-opositivo podem surgir em paralelo. Tais diagnósticos exigem a intervenção medicamentosa, pois a criança apresenta extrema dificuldade em atender regras, seguir ensinamentos dos pais e, conseqüentemente, não conseguem controlar sua agitação comportamental e se dedicar a tarefas que exijam concentração.
Importante chamar a atenção a esse detalhe, pois no atendimento com crianças, são perceptíveis tais sintomas. Os pais, na maioria das vezes, compreendem tal atitude como falha na educação parental, ou mesmo uma desobediência extrema da criança. E tais comportamentos não são apenas isso. Consistem, realmente, na dificuldade em nível orgânico da criança ter e manter um controle de suas atitudes. Desta forma, necessária intervenção medicamentosa que vai dar conta dos sintomas associados ao quadro: impulsividade, agitação, extrema ansiedade e, em lado oposto, quadros disfóricos de humor, como depressão e desânimo.
Em suma, importante na educação de crianças, pais e professores estarem atentos a diversidade de atitudes comportamentais e emocionais que podem se expressar. Tal diversidade tem tratamento, seja psicológico ou medicamentoso. Geralmente, a combinação destes dois possibilita maior sucesso.

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