sábado, 2 de julho de 2011

REPENSANDO A PRÁTICA PROFISSIONAL: ESTAMOS SENDO ÉTICOS?

Em contato com colegas da área, muito me instiga qual o raciocínio utilizado entre os profissionais psicólogos na divulgação de seus serviços para a sociedade. Percebo que muitos colegas "vendem" seus serviços de forma indiscriminada, "sem saber em que terreno estão pisando". Refiro-me ao fato de psicólogos estamparem em seus anúncios publicitários (Indicadores Profissionais), bem como em seus cartões de visitas, especialidades e habilidades que ainda não possuem. Uma destas diz respeito à Avaliação Psicológica.
Os instrumentos psicológicos possuem o objetivo de medir as diferenças individuais. A literatura na área ressalta alguns aspectos que devem ser levados em consideração no que se refere ao uso dos intrumentos necessidade de conhecimento aprofundado, conhecimento prático das condições de aplicação, conhecimento técnico-científico do teste, conhecimento da teoria psicológica subjacente ao teste, compreensão técnico-científica a respeito do ser humano, necessidade de resguardar o conteúdo dos testes, etc.
O primeiro ponto a ser considerado é se o psicólogo em o conhecimento necessário para aplicar e, principalmente, interpretar determinado teste. Segundo Pasquali (2001), “os testes são instrumentos técnicos e seu manejo geralmente necessita de pessoal treinado e conhecedor do instrumento, como qualquer aparelho de tecnologia sofisticada”. A pergunta crucial é: Será que o título de psicólogo garante que o profissional esteja capacitado para o uso dos testes psicológicos?
Particularmente, a resposta é “NÃO”. Seguindo essa mesma linha de raciocínio cabe aqui mencionar o estudo de Noronha (2002), que trata dos problemas no uso dos testes psicológicos. Entre estes problemas está a formação do psicólogo que cria e aplica os referidos testes, formação esta que não capacita este profissional para tal atividade.
Por outro lado, o Código de Ética do Psicólogo (2005), em seu Art. 1º, diz que “São deveres fundamentais do psicólogo: b) Assumir responsabilidades profissionais somente por atividades para as quais esteja capacitado pessoal, teórica e tecnicamente”.
Diante disso, acredito que seja papel do profissional, estudar e se qualificar para o uso dos testes psicológicos. Somente depois disso, adotar os instrumentos na sua prática profissional. Afinal, ainda segundo o Código de Ética, no seu IV artigo dos princípios fundamentais: “O psicólogo atuará com responsabilidade, por meio do contínuo aprimoramento profissional, contribuindo para o desenvolvimento da Psicologia como campo científico de conhecimento e de prática”.
Portanto, cabe o questionamento: nossa categoria está sendo ética?....

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